Self-Portrait

Um pouco sobre tudo e todos

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Heart
domingo, 24 de maio de 2009

The Polly Show

Episodio 1



Episodio 2



Episodio 3



Episodio 4

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Eu e a minha amiga estavamos tentando fazer uma Tv, parecia mais uma mesa fazer o que? mas a culpa foi minha -_- ficou bem engraçado e foi super divertido fazer, uma das melhores aulas que eu tive nas oficinas!
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Leon

Ele entrou no quarto tirando suas luvas e falando suavemente. Não se notava o perigo em suas palavras sóbrias.
Uma guerra há de vir e logo os amantes se separarão. Os soldados irão correr para nos oferecer proteção e famílias definharão ao toque de recolher.
Leon e Lucilly eram dois irmãos muito unidos, muito íntimos e nada era pior do que a noticia de uma guerra. Ele contou a sua irmã de poucos vividos 16 anos e olhos amendoados, seu alistamento no exercito. Não era algo que ele desejava, não era sua ambição, mas por sua maioridade e o fato de ser o filho mais velho e o único homem da família lhe obrigaram a tal função.
Suas mãos ainda quentes, antes protegidas por uma grossa luva negra encontraram as de Lucilly, tremulas e úmidas. Era inverno e a neve se acumulava no parapeito da janela, mas isso não impedia a pele de Lucilly de vibrar em tons roseados como se estivesse em um abafado dia de verão.
Leon sentou-se na beira da cama ainda segurando as mãos de sua irmã e ela sentou-se para mais próxima dele ficar. Era tarde e ele estivera todo esse tempo na rua, cambaleante e embriagado e Lucilly não conseguira dormir por causa de sua ausência.
O quarto era grande, mas pequeno para tanta preocupação. Leon partiria no dia seguinte e lutaria no primeiro confronto. Lucilly desatou em lagrimas e ele a tomou no colo.
- Não conseguirei dormir... – Ela repetia.
- mas terá. – Leon tentava manter se frio, precisava ficar concentrado em sua ida para o campo de batalha, qualquer distração poderia ser o fim da linha.
Seus cabelos eram compridos, sua face úmida queimava em febre. O medo em seus olhos, o medo da arma que poderia mirar o coração de seu adorado irmão.
O quarto estava escuro, a janela fechada, o vento assobiava contra a janela. Leon podia sentir o frágil coração de Lucilly pulsar contra seu peito, ele disparava solitário uma canção deprimente de adeus. Então o desespero inundou a cabeça de Leon pela primeira vez, deixando o medo exalar de cada poro do seu corpo, Talvez nunca mais visse sua irmã.
O perfume do cabelo dela agora o estava dando náusea. Largou-a e sem se despedir saiu pelas grandes portas do quarto. Lucilly nada disse, mas em sua mente ecoava as palavras nunca ditas, Eu te Amo. A cabeça de Leon estava cheia, e nenhuma embriagues seria capaz de afastar seus problemas, o dia estava chegando e esse dia era amanhã, ainda restava algum tempo antes do sol nascer. Caminhou em direção de seu quarto, mas no corredor havia uma figura fantasmagórica vestida em veludo cor de sangue, os olhos caídos mal piscavam e ele sentia repulsa de tal imagem.
- Não vai se despedir de mim? – Disse a figura com a voz arrastada.
- Não gaste todo nosso dinheiro enquanto eu não estiver aqui para controlá-lo. Espero ver tudo em ordem quando voltar e... - ele apertou os olhos perigosamente. - se Lucilly não estiver bem, pode acreditar que nessa casa você nunca mais vai colocar os pés.
- Não preciso do dinheiro de seu pai, acho que sabe disso. – a mãe de Leon respirava cinismo.
- Eu não quero aquele homem na minha casa e nem perto de Lucilly, sei bem que ele não é respeitável.
- Você nada sabe da vida, muito menos o que respeitável significa. Não sabe o que é ser homem de verdade. E ele tem o que mais vale nessa vida, dinheiro... dinheiro para me banhar de presentes.- Leon se encolheu com essas palavras, mas por nojo.
- Tente ficar sóbria para cuidar de sua filha. – Ele falou apenas por falar. Lucilly estava só e ele temia por ela e sua inocência. Ela cresceu sem pai, Leon era sua única imagem paterna, sua única imagem masculina e de poder. Ele esperava que sua influência sobre ela a mantivesse longe de coisas desagradáveis.
Eleonora fechou os olhos e absorveu as palavras que não tinham sentido. Entrou no quarto e trancou as portas. Ela não via à hora de o sol nascer e aquele pesadelo, aquela sombra de seu falecido marido desaparecer enfim. Leon controlava tudo na casa desde a morte no pai, e isso a irritava profundamente, desejava sua morte, assim como desejava a dele. Que morreu silenciosamente na cama em seu lado, segundos após de parar de respirar. Ninguém nunca entendera tal tragédia, mas Eleonora se confortava em roupas caras e na cama vazia só para ela.
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