Self-Portrait

Eram dois no andar de cima, e o resto da familia se encontrava na cozinha. Quem iria imaginar que eles estavam discutindo? Os dois eram grandes amigos, o destino foi cruel ao lhes deixar sozinhos. Um adulto cheio de coisas aleatorias na cabeça, euforico, sem controle, sem razão e um mais perdido que ele. Não havia grade na varanda, parecia ser uma queda pequena, apenas alguns passos para trás e a discussao terminaria. O motivo nao faria mais sentido e o desfeixo muito menos. Quem levaria a culpa? não era hora de pensar nisso, o vento batia gelido em seu rosto qure ardia de raiva, seus olhos enlouquecidos quase saiam de orbita, não era um dia comum de inverno, os dois poderiam estar nus, o calor incontrolavel da loucura os deixariam aquecidos, eram duas pessoas sobrias. O homem cheio de coisas na cabeça cuspiu no outro que se defendia, era sua vez de ficar enlouquecido. Não podia perder, mas alguns passos o separavam da morte, e ele nem se despidiria de sua familia no primeiro anda, que conversavam e degustavam um pouco da comida que estava sendo preparada. Não havia tempo para a anguistia, era esse o momento, um dedo apontado e mais um passo para tras, mas o homem mais controlado leva a melhor, ele vira o corpo de quem esta a sua frente e o deixa sem equilibrio, o pobre e enlouquecido homem cujo sangue borbulhava em suas buchechas gordas cambeleou, deu uma ultima olhada em seu melhor amigo e lentamente, lentamente viu o chão ir de encontro a seu nariz. Um baque abafado e gritos horrorizados, o que sobrevive apenas diz: "Deveriamos ter comprado uma grade"